quinta-feira, setembro 28

Sobre o parto


Li este livro e fiquei fascinada. De tal maneira que tenho de o partilhar convosco. Não vou encerrar o tema anterior, penso que há espaço para irmos falando de tudo.

Michel Odent traça-nos o percurso histórico de uma técnica cirúrgica que, graças à sua evolução, se tornou numa das formas mais usuais de nascer, no nosso século. É claro que está a falar da cesariana. Segundo ele, estamos neste momento na era das cesarianas, e das cesarianas programadas. Esta mudança revolucionária na forma do nascimento foi possível graças à segurança que hoje em dia a técnica oferece. De facto, somos confrontados com imensos estudos levados a cabo nos últimos anos, que comparam resultados entre os nascimentos por cesariana e por via vaginal, e os resultados são inconclusivos. O que quer dizer que, hoje em dia, e com as técnicas sofisticadas que existem, é impossível garantir que o parto por via vaginal ofereça menos riscos que o parto por cesariana.

Como é que este cenário se tornou possível? Para o autor não há dúvidas nenhumas que estes acontecimentos reflectem o desconhecimento e a ignorância dos técnicos de saúde em relação às verdadeiras necessidades de uma mulher em trabalho de parto. E é o desconhecimento e o não reconhecimento dessas necessidades que aumentam os factores de risco no parto por via vaginal. Esses riscos estão relacionados com o uso de fórceps ou ventosa, consequências para o períneo da prática da episiotomia, e dificuldades na dilatação ou mesmo incapacidade para fazer a diltação, com decorrente hipótese de sofrimento fetal.

Todas as mulheres, como fêmeas da família dos mamíferos, têm a capacidade de dar à luz por si mesmas, e se não houver interferências desnecessárias. Todas as fêmeas dos mamíferos o fazem. O que nos distingue em termos cerebrais, dos outros mamíferos, é a existência do neocortex, aquela parte do cérebro que nos permite pensar, e que sofreu um desenvolvimento extraordinário ao longo da evolução da espécie humana.

Durante o trabalho de parto, a parte mais primitiva do cérebro, composta pelo hipotálamo e pela glândula pituitária, segrega uma série de hormonas necessárias ao processo. Em todas as espécies de mamíferos é assim. A principal hormona envolvida no trabalho de parto é a ocitocina, a hormona do amor, segundo o autor. Esta hormona tem um papel activo na contracção do músculo uterino e no desencadeamento do trabalho de parto, bem como no reflexo de expulsão do fecto, um fenómeno normalmente observável no decorrer do trabalho de parto quando este não sofre interferências intrusivas desnecessárias.

O que se passa com a espécie humana é que a outra parte do cérebro, o neocórtex, aquela parte que, precisamente, nos distingue nos outros mamíferos e nos permite pensar e reflectir de forma única, acaba por interferir neste processo que, de outra forma, ocorreria naturalmente. O que se passa nas práticas dos nossos hospitais de há uns anos a esta parte é precisamente a sobrestimulação do neocórtex. Aliás, esta sobrestimulação vai acontecendo al longo da gravidez de uma forma que se revela mais nefasta do que positiva. Como? Vejamos: a falta de privacidade e o sentir-se observada, a presença de luz forte, a presença de um aparelho de monitorização do batimento cardíaco e da progressão do trabalho de parto, ouvir alguém falar, até a simples presença de um homem!

As necessidades básicas e fisiológicas de uma mulher em trabalho de parto podem, assim, resumir-se a uma frase: "não estimular o neocórtex". Falar com alguém é uma das maneiras de estimular esta parte do cérebro, por isso a mulher em trabalho de parto não precisa de palavras. Precisa essencialmente de se sentir segura, protegida e sentir a companhia de alguém que assuma essa função de protecção (uma figura maternal). Precisa de privacidade e de respeito por essa necessidade fundamental. O sentir-se observada e julgada suscitam ansiedade e estimulam a produção de hormonas da família da adrenalina, que atrasa o trabalho de parto. Precisa de estar num ambiente calmo, tranquilo, com muito pouca estimulação visual e auditiva. Se estas necessidades forem reconhecidas e respeitadas, uma mulher tem capacidade fisiológica para dar à luz sem interferência.

Mas e perguntamos nós: então e o saber que o bebé está bem? Não é essencial? Durante o parto essa é uma das preocupações de todas as mães. No entanto, e segundo este autor, essa necessidade de saber que o bebé está bem já faz parte do clima ansiogénico que se gera à volta do parto e do nascimento. Estamos ansiosas porque o próprio acompanhamento durante a gravidez é um constante bombardear de informação que gera ansiedade. Fazemos baterias de testes umas atrás das outras para saber se está tudo bem. Fazemos exames cada vez mais sofisticados para espreitar o bebé no útero e assegurarmo-nos de que tudo está bem. Isto, ao contrário do que seria de esperar, não nos retira a ansiedade, mas alimenta-a.

Durante muitos séculos, em muitas culturas humanas, os rituais relacionados com o nascimento interferiram de uma forma intrusiva na intimidade da mãe e do bebé recém-nascido, no sentido de separar o bebé da mãe nos momentos após o nascimento. Apesar de já existirem muitos estudos e evidências científicas da importância do contacto precoce entre a mãe e o bebé nestes momentos, é ainda prática corrente na maioria dos hospitais esta separação, invocando para tal toda a espécie de explicações e justificações médico-científicas. Michel Odent relaciona estas práticas com o facto de, para as sociedades de então, ser importante criar indivíduos mais agressivos para assegurar a continuidade da espécie (isto em termos evolutivos). Esta terá sido a realidade de séculos e séculos de história da humanidade, desde os seus primórdios.

A questão que se levanta é: será que isto faz sentido na atualidade? Afinal que sociedade queremos criar? Queremos continuar a ter sociedades guerreiras? Os valores que as sociedades actuais querem incutir nos seus indivíduos são completamente inovadores em relação aos valores do passado: hoje em dia há uma preocupação generalizada com o afecto, com a tolerância, com a paz, com o civismo, com a partilha, com a solidariedade, com a cooperação, com práticas anti-discriminatórias, isto só para dar alguns exemplos. O que as sociedades têm que entender é, acima de tudo, que, mantendo os rituais de nascimento existentes, dificilmente estes valores vingarão.

O aumento da taxa de cesarianas e de cesarianas programadas também traz consequências muito importantes a nível social. Especialmente no segundo caso, em que a mulher não entra em trabalho de parto. Quando o trabalho de parto é espontâneo, dá-se a libertação do cocktail hormonal indispensável para que este decorra naturalmente. Ao contrário, quando a cesariana é programada, a produção hormonal fica comprometida. O que se passa é que os processos de nascimento actuais interferem cada vez mais com esta produção hormonal que se desencadeia durante o trabalho de parto, e isto traz consequências a nível da vinculação e futura relação mãe-bebé, bem como do sucesso da amamentação. É altura de parar e perguntar: que seres humanos queremos criar? É altura de pensar em termos de futuro, a longo-prazo, capacidade que a nossa espécie não domina de forma nenhuma.

Podia estar para aqui a escrever sem parar sobre o livro, pois levanta tantas questões novas e encaradas de uma perspectiva ambiciosa e inovadora, que torna inesgotável qualquer comentário. Recomendo vivamente a sua leitura. E, depois de o ler, não mais olho para os meus partos com os mesmos olhos com que olhava antes. Compreendo agora porque é que, quando o David nasceu, fechava os olhos de forma persistente (e a enfermeira sempre a dizer-me que não se tinha um filho de olhos fechados!). Compreendo porque é que me incomodava que falassem comigo. Compreendo porque foram as mãos do meu marido a acariciarem-me a testa e os cabelos tão importantes. Comprrendo porque é que, apesar de terem sido os dias mais felizes da minha vida, não foram nem de perto nem de longe como eu queria que tivessem sido. E quero compreender mais!

7 comentários:

Kate disse...

Não li o livro, mas pela descrição dá vontade de ler. Já li algumas coisas sobre o Michel Odent e parece que ele dá uma verdadeira machadada em ideias feitas. E faz ele muito bem!

Quanto a experiências de parto, não posso dizer que as minhas tenham sido más. Para mim foram de um enorme enriquecimento pessoal, mas gostava que tivessem sido ainda melhores. Depois do que tenho lido ultimamente, isso até era possível com mudanças de atitude muito simples. No meu caso, até acho que o local onde nasceram os meus filhos tinha as condições necessárias para proporcionar partos mais humanizados, menos instrumentalizados, etc.

Infelizmente, a maioria, senão a totalidade, dos hospitais públicos não tem essas condições, porque há, principalmente, falta de pessoal e espaço. Mas a verdade é que os hospitais privados, alguns oferecendo grande qualidade técnica e de conforto, também não proporcionam algo que se aproxime daquilo que Michel Odent e mais umas quantas pessoas defendem. E porquê, podemos nós perguntar?

Por mim há duas razões. A primeira tem a ver com o pessoal médico e de enfermagem. Na minha opinião não têm capacidade de abertura para passarem a fazer as coisas de outra forma. Fazem assim porque foi assim que aprenderam e sempre fizeram e corre tudo bem, dizem eles. Que me desculpem a generalização, que pode ser exagerada, mas é isso que sinto. O pessoal hospitalar interveniente acha-se no direito de controlar todo o processo do nascimento (antes e após) e poucas vezes admitem que nós, parturientes ou familiares, nos questionemos. Até parece que aquele parto lhes pertence a eles e não a nós.

A segunda razão tem a ver, precisamente, com as cesarianas. E porque se fazem tantas? Parece-me que é, em grande parte, devido a ter-se criado na sociedade o mito de que o parto é uma coisa horrível. Isso faz com que muitas mulheres tenham um medo aterrador do parto, resguardando-se assim nas cesarianas (quando o podem escolher, claro está). (E isto leva a uma bola de neve que inclui interesses médicos, mas este já é outro assunto.)

Muitas mulheres, devido a esse medo desmesurado, não conseguem viver o parto como uma experiência enriquecedora. Sim, porque apesar de existir sofrimento, porque para mim o há, a experiência vivida no seu todo pode ultrapassar esse sofrimento. E digo isto por experiência própria. Nem tudo foram rosas nos meus partos, mas felizmente consegui a capacidade suficiente para viver aqueles momentos de uma forma muito positiva, com o sofrimento incluído. Não me perguntem como o consegui, porque não é fácil responder. Acho é que a mãe natureza me deu uma grande ajuda.

Por tudo isto, na minha opinião, há muito a fazer quanto à percepção do parto pela sociedade em geral. E isso passa pela informação das pessoas, por exemplo, dizendo-lhes que há formas bem mais adequadas de parir (desculpem-me, mas gosto da palavra) do que aquelas que são praticadas nos nossos hospitais, podendo este passar a ser vivido de uma forma muito mais gratificante, ou aconselhando-as a fazer uso dos seu direitos e a questionarem mais as intervenções feitas. Quando as pessoas em geral estiverem mais informadas e tiverem mais certezas quanto àquilo que pretendem, aí os profissionais da saúde vão sentir-se pressionados e serão incentivados a mudar.

Quando deixarmos de olhar os profissionais da saúde de baixo para cima e passarmos a olhar ao mesmo nível, aí as coisas talvez comecem a mudar a nosso favor. Quer queiramos quer não, é um pouco por baixo que olhamos para estes profissionais. Eles têm, em geral, uma carapaça tão resistente que, mesmo que cada um de nós, por vezes, sinta que tem algo a dizer sobre determinado processo, quando chega a hora da verdade acabamos por não abrir a bouca ou, quando o fazemos, não somos suficientemente convincentes e fica tudo como eles entendem.

Para concluir, venham mais Michel Odent e leia-se mais sobre estes assuntos, para que fique claro que há outros factores, até então não considerados, que têm um papel fundamental no parto (e em tantas outras coisas).

LP disse...

Proponho que leiam (se ainda não o fizeram) a crónica do Dr. Mário Cordeiro da última Pais e Filhos. Chama-se "perguntas incómodas" e fala sobre o direito que os pais e filhos na altura do nascimento e em como é barato, às vezes só é preciso vontade, mudar algumas práticas que prejudicam tanto os partos em Portugal.

Eu nunca tive medo das dores de parto mas tenho sempre muita apreensão sobre a forma como vou ser tratada. E é uma estupidez.

Quanto ao livro, vou aceitar a sugestão e lê-lo.

Liliana

papu disse...

Não é estupidez nenhuma, Liliana. Eu também sentia e sinto isso.

O parto é um momento de vulnerabilidade intensa, e precisamos de nos sentir seguras e protegidas. Essa é umas das necessidades mais básicas. E sabemos como, por vezes, é difícil conseguir isso nos nossos hospitais.

Não vou contar a história dos meus partos, já o fiz no far far away, mas posso dizer que no segundo parto fui mesmo maltratada. Correu tudo bem e felizmente não houve consequências de maior, a não ser o meu stress e o dele, que se reflectiu, penso, numa dificuldade enorme no início da amamentação.

Mas mesmo o tratamento no pós parto deixa muito a desejar. Lembro-me de que, das duas vezes, não queriam que eu me levantasse e tiveram imensos cuidados, até um pouco exagerados (eu levantei-me de uma das vezes porque me sentia bem e veio logo uma enfermeira dizer que não podia). Tinham medo que tivesse uma queda de tensão o coisa parecida. Mas depois de nos levantarmos, passam a tratarnos como se estivéssemos frescas e em forma. Ora, acabámos de ter um parto, e quem passou pela experiência sabe como deixa uma pessoa de rastos, tanto a nível físico como emocional (de rastos quer dizer exausta, cansada). Eu também percebo que as pessoas devem ser encorajadas a reagir e a fazer as coisas por si, mas francamente, algumas coisas parecem-me falta de sensibilidade. Por ex, tinhamos de nos levantar e ir comer à sala às horas estipuladas, e se pedíamos a alguma mãe para trazer o iogurte e as bolachas as enfermeiras não gostavam e às vezes não lhas davam. Ora o que me aconteceu, por essa dificuldade dele mamar, era que passava tempos e tempos para ele pegar, e às vezes quando conseguia eram horas do lanche! E nessa altura eu não ia parar, porque já sabia que se interrompesse a mamada ia ser muito difícil para ele voltar a pegar. Ou então porque ele já não mamava há bastante tempo, e é claro que pensava primeiro nele e só depois em mim. Por causa disso às vezes fiquei sem lanche (e todos sabemos como é importante comer bem e beber líquidos para que o leite seja produzido). O queme valeu foi que as visitas prolongavam-se bastante, e sempre me levavam comida que chegasse.

Quando pedi ajuda na amamentação, muitas vezes a ajuda que me trouxeram foi um biberão.

Concordo com o que dizes, Kate. Quando as pessoas adquirirem uma outra consciência e um papel mais activo nestas questões, os profissionais de saúde serão obrigados a mudar de atitude. O problema é que não vejo como nem quando se processará essa mudança de mentaidades. estamos habituados a venerar os profissionais de saúde como se fossem deuses (eles, que têm o poder de dar a vida e nos salvar da morte e das doenças) e não por em causa as suas decisões. Para que o façamos, era preciso uma aut~entica revolução de mentalidades.

Kate disse...

Lembro de uma situação passada num hospital que também reflecte um pouco estas atitudes menos correctas por parte do pessoal hospitalar. Uma amiga minha tinha acabado de ter uma criança e eu decidi ir visitá-la, principalmente depois de saber que seria a única visita para além do pia do bebé. Achei que ela poderia sentir-se melhor com a minha presença, porque imaginava-me no seu lugar e isso para mim fazia toda a diferença, até porque já tinha passado pelo mesmo uma vez e já ia a caminho do segundo. Lá fui. Quando lá cheguei apercebi-me de que ela estava um pouco preocupada. A S tinha nascido há 8 horas mas ainda não tinha conseguido mamar. Perguntei-lhe se ainda não tinha lá ido nenhuma enfermeira para tentar ajudar, ao que me responde que não. Lá fui eu ajudar, tentando recordar-me de como se podia estimular a sucção por parte do bebé, já que o clostro saía facilmente do peito, mas sem resultado. Achei então que seria melhor eles pedirem ajuda a uma enfermeira, porque, provavelmente, eu estaria a esquecer-me de algum pormenor importante. Lá veio a dita enfermeira. Qual não é o meu espanto quando a enfermeira, ainda antes te tentar ajudar a minha amiga, se vira para mim e me diz, de uma forma muito autoritária, como se fosse essa a minha competência “Não sabe ajudar a sua amiga?”. É claro que tive vontade de lhe responder, mas o que dissesse poderia piorar a situação para a minha amiga e limitei-me a dizer que tinha tentado mas sem resultado. Só tive vontade de lhe bater... Vá lá, não propôs o milagroso biberão, já não é mau.

É pena que o pessoal hospitalar não tenha um pouco mais de sensibilidade, porque seria muito importante nestas situações. Numa altura em que estamos tão exaustas e também com uma carga de tensão tão elevada, faria toda a diferença saber que se têm profissionais qualificados ao nosso lado e disponíveis para nos atender mostrando compreensão e tranquilidade. Mas não é isso que acontece a maior parte das vezes. Quanto à qualificação não a ponho em causa, mas quanto ao resto há muito a fazer. E o que mais me custa é pensar que, a maior parte das vezes, nem eram precisos muitos mais recursos para a situação ser diferente para melhor, bastava receber um sorriso e uma palavra amável em vez de uma atitude e respostas com "três pedras na mão" ou o famoso "desenrasque-se".

Esta minha amiga tem ainda uma história de persistência quanto à amamentação. Nos primeiros dias tinha leite suficiente, mas entretanto a S começam a comer mais e o aumento de peso não era o que o pediatra achava mais adequado, propondo-lhe suplemento. Mas ela achava que não, que deveria continuar a tentar. Acabou por mudar de pediatra umas quantas vezes, porque as respostas destes não lhe agradavam. A S aumentava de peso, embora pouco, e ela achou que poderia continuar a tentar, até o seu organismo produzir a quantidade necessária ao bebé. E resultou. A dada altura (mais de um mês depois, seguramente) passou a ter mais leite, o necessário para o bebé, pois começou a aumentar mais de peso, até acima do considerado mais habitual. Resultado, amamentou até o bebé querer, sem mais problemas. Para ela era fundamental amamentar a S e conseguiu-o tentando manter a calma numa altura em que isso pode não ser nada fácil. Fiquei muito contente por ela, em especial pela sua coragem.

É claro que em algumas situações não é possível persistir, em exclusivo, com a amamentação ao peito, pois há mães que não têm de facto leite, tendo obrigatoriamente de ir para o suplemento. Como em tudo, é preciso ter alguma calma para tentar proceder de uma forma adequada. Não é fácil, nestas alturas, mas vale a pena parar para pensar um pouco, especialmente pela nossa cabeça, e filtrar tudo aquilo que ouvimos sobre o assunto. Mas quando há mesmo a necessidade de ir para o leite artificial, também não deve ser um drama. No meu caso teve de ser, ao fim de pouco mais de um mês, nos dois casos, por razões que não importam agora aqui. Confesso que de inicio foi uma desilusão. Amamentar, para mim, era um enorme prazer (apesar de alguns inconvenientes) e sempre tinha sonhado em fazê-lo, depois de todos os benefícios maravilhosos de que tinha ouvido falar. Foi um balde de água fria quando me apercebi que ia acabar tão cedo, mas paciência. A vida continua e também é possível encontrar vantagens na alimentação a biberão. Além disso, e apesar de terem parado de mamar tão cedo, os meus filhos sempre foram muito saudáveis, o que me leva a acreditar que, sendo reconhecidos todos os benefícios da amamentação natural, há um potencial de saúde a nível geral que já vem com cada um de nós e que tem muita influência no nosso estado global, para além de tudo aquilo que poderemos fazer depois para o melhorar.

Unknown disse...

Emocionante ler o que escreves e o que se diz nestes comentários deliciosos. Adorei!

Vou ver se compro o livro, deve ser muito bom, pela amostra.

Obrigada e continua que vais no rumo certo.
beijinhos (ando a recarregar as baterias e a ler posts destes é num instantinho)

papu disse...

Ontem tinha deixado aqui um comentário, mas quando fiz publish ele desapareceu, fiquei tão irritada que não o voltei a escrever!

Tenho tido pouco tempo para isto, como podem ver. Queria agradecer-vos e dizer que não se coíbam de fazer sugestões mesmo quando isto está assim meio morto. Às vezes basta um abanãozinho para as conversas recomeçarem a rolar! ;)

Kate, a tua amiga está de parabéns. Tinha contado a minha história da amamentação do Diogo, mas não vou voltar a escrever tudo agora :P talvez ainda o faça noutra altura.

Sónia, muito obrigada pelas tuas palavras.

papu disse...

é verdade, quanto ao livro, não sei se há tradução portuguesa; de qualquer forma se quiserem comprá-lo podem fazê-lo no Amazon.com, foi lá que o comprei.