quarta-feira, setembro 20

Amamentação


Por sugestão da Sandra, queria propor-vos uma conversa sobre amamentação. Podemos fazer uma Semana da Amamentação. É claro que, se houver interesse, as conversas podem prolongar-se um pouco mais, ou um pouco menos, se virmos que um tema não suscita grande interesse. Mas não me parece que tal aconteça ;)

Se houver textos que achem interessantes sobre o tema podem enviar-mos: papuinlondon@hotmail.co.uk. Publicarei os mais interessantes e os que suscitem melhor a troca de ideias.

11 comentários:

LP disse...

Ora aqui está um tema aceso e muito importante para qualquer mãe, tenha amamentado ou não. Por falta de disponibilidade não vou agora relatar a minha experiência pessoal e opinião mas estou atenta e à espera de outros contributos. Eu volto!

Anónimo disse...

Eu amamentei. Os meus dois filhos. E só amamentei 8 meses cada um porque eles não quiseram mais. Não critico quem toma uma decisão diferente mas a minha decisão foi muito importante nas nossas vidas. Foram momentos maravilhosos. Da primeira filha mais preocupados e atribulados, do segundo filho mais calmos e de cumplicidade de nós quatro como família. Tive problemas, comuns: aquando da subida do leite nem a camisa de dormir conseguia aguentar em cima do peito, da primeira filha fiz uma mastite que do segundo já soube evitar. Mas valeu MUITO a pena!

Parabéns pelo novo blog.
Contem com a minha visita!

Ana Teresa

carla disse...

Fiz um post muito recente sobre o assunto...nos comentários do mesmo está um link sobre o assunto...amamentação até depois dos 2 anos de idade!!!

Se for necessário eu envio para mail!

Ana Paula disse...

Amamentei a minha filha até aos 16 meses. Terminei quando ela quis. Foi ela que rejeitou a maminha. Eu apesar de tudo, fiquei triste. Sei que até aos 16 meses é uma vitória, e eu sinto-me vitoriosa, mas gostava de continuar a amamentar.
Espero conseguir o mesmo num próximo filho, que espero vir a ter.

Adorei a ideia e vou voltar cá.

papu disse...

Parece que a conversa ai de vento em popa :)

Antes de mais quero dar as boas vindas às novas visitantes e agradecer a todas os comentários.

Eu também amamentei os meus dois filhos. O meu primeiro filho só mamou até aos 2, 3 meses, com grande pena minha. Quando tive o segundo, percebi porquê. Frequentei um curso de preparação para o parto que foi muito importante, onde, entre outras coisas, aprendi que o insucesso da amamentação, muitas vezes, se deve a erros, como por exemplo, a uma pega mal feita. Compreendi que no caso do david, essa pega mal feita contribuiu bastante para o que se passou. E outros erros que se seguiram a esse, como por ex, ao introduzir o suplemento, começar a espaçar as mamadas (só dava mama quando sentia a mama bem cheia) o que, como é óbvio, contribuiu para a redução do leite. Mas se agora é tudo óbvio, porque já estou informada quanto a isso, na altura não o era.

Com o Diogo consegui que ele mamasse até cerca dos 16 meses. Foi uma experiência óptima, um pouco nublada por uma certa ansiedade quando, ao fim do primeiro mês, ele não estava a aumentar como devia (os tais 100g mín por semana) Mais uma vez foi graças à fisioterpaeuta do curso que frequentei que continuei com a amamentação em exclusivo. O desenvolvimento dele continuou em flecha e hoje está no percentil 95! (é alto, mas não é gordo). Eu não gosto muito destas tretas dos percentis, para ser franca, isto foi só para explicar que a minha ansiedade não tinha mesmo razão de ser, e foi provocada por esta compulsão do aumento de peso que se generalizou na nossa cultura.

Bem, para finalizar, devo dizer que deixei de dar de mamar ao Diogo nessa altura por opção. Senti que tinha chegado o momento. Estava cansada (ele era muito agarrado à mama e recusava mais ou menos os outros alimentos, sempre foi assim, de modo que tinha sido uma amamentação intensiva). Não me faz confusão nenhuma a ideia de dar de mamar até aos 2, 2 anos e meio, 3... a partir daí começa a fazer-me alguma, confesso. Acho que essa idade já exige uma separação e autonomia em relação à mãe que a continuidade da amamentação não permite.

Mas não sou fundamentalista! Acho que enquanto propiciar prazer à mãe e ao filho faz todo o sentido. É uma opção muito íntima que deve ser respeitada.

Já as mulheres que não dão de mamar por opção também me fazem confusão. Claro que deve haver respeito por essa opção, também. Mas não acho que seja uma coisa natural. A amamentação tem muito a ver com o nosso lado animal, instintivo. Acho eu...

Bom, nunca mais me calo... ;) fico por aqui.

Fitinha Azul disse...

Olá
Do 1º filhote dei de mamar até aos 4 meses em exclusivo, nessa altura comecei a notar que estava a produzir menos leite, recomecei a trabalhar, pouco depois deixei de amamentar não por opção mas porque não tinha mais leite.

Da 2ª filhota, informei-me bastante sobre o assunto, tanto em livros, revistas, forúns e com amigas mas acabei por não conseguir amamentar em exclusivo, ela nasceu gordinha (4,020 kilos)tinha imensa dificuldade em agarrar o peito, demorou a recuperar o peso que entretanto perdeu, tinha inclusivé alguma dificuldade em agarrar a tetina do biberão por isso não era "defeito" do meu peito...o que é certo é que ao fim de mês e meio de amamentação, fiquei sem leite, tentei várias maneiras de produzir mais leite mas nada deu resultado.

Como espero vir a ter mais um filhote vamos ver como irá correr.

Até breve!

papu disse...

Olá mamã! Muito obrigada pelo comentário.

Eu acho que devemos sempre procurar informação e ajuda. Apesar de ter dito que acho que a amamentação tem a ver com o nosso lado animal, isso não quer dizer que seja automático e instintivo. Não é. Há bebés que quando nascem agarram logo a mama como se já estivessem programados para aquilo, mas há outros que não. Quando nascem eles não sabem mamar, muitas vezes, e nós também não. temos de aprender. No meu caso foi assim. O David quando nasceu por acaso pegou logo na mama, mas depois, nas vezes seguintes foi difícil, ele não conseguia pegar, foi uma lita até conseguir. Com o Diogo então, depois de ele nascer, e devido, penso, ao stress sentido durante o parto, por mim, ele não pegava de maneira nenhuma, foi um desespero. Mas acabei por conseguir. De qualquer forma, como já disse, foi muito importante a informação que recebi do curso de preparação para o parto que frequentei. Sem ela, provavelmente, não teria tido sucesso.

Unknown disse...

Não tenho filhos, por isso relato a minha própria experiência de "mamona", simplesmente nunca mamei da maminha porque a minha mãe que amamentou os 3 filhos anteriores, quando chegou a minha altura, o leite dela era pouco e "mau", nunca percebi muito bem isso do mau, a verdade é que apesar de nunca ter mamado gozei sempre de uma excelente saúde, nunca tive as doenças que os miúdos têm (isso deve ser porque sou má), nasci com 4,750kg e hoje continuo bem. O único senão foi de ter lido algures que os filhotes que não são amamentados são mais frágeis emocionalmente.

Se algum dia chegar a ter um filho gostava muito de lhe dar mama, mas também já li algures que talvez não seja assim tão bom uma vez que como estamos expostas a inúmeros agentes poluidores (metais pesados e outros, tabaco, álcool, drogas, fertilizantes, n de coisas). O que acham? Há alguma base científica, ou não passa de publicidade para vender os produtos lácteos das grandes indústrias.

Obrigada e beijocas

Mar disse...

Tenho um filho com 18 meses. Ainda o amamento. Mama só uma vez por dia, de manhã, se lhe apetecer (há dias em que não lhe apetece). Estou a tentar respeitar os ritmos dele no desmame, como tentei fazer ao longo de toda a amamentação.

Ao início não foi fácil. Porque a informação era pouca, porque ele fazia intervalos pequenos entre mamadas e eu me sentia muito presa. Tentei tirar leite para o biberão, mas ele começou a rejeitar a mama e decidi acabar com o biberão. Ele só tinha 3/4 meses e eu queria muito amamentar, pelo menos, até aos 6. Também tive os problemas normais do início (gretas, dores e peito encaroçado), mas passaram depressa.

Gosto muito de amamentar e tenho alguma pena de terminar, mas sei que é sinal de que ele está a crescer. É uma ternura, permitiu-me viver momentos únicos com o meu bebé. É (foi, agora as vantagens são menos) muito importante para o desenvolvimento dele. Além disso, é prático e barato. Está sempre disponível. É o único alimento que ele aceita quando está mesmo doente, e é uma óptima maneira de o acalmar e consolar nas aflições.

Irritam-me muito, muito, os comentários sobre a amamentação. Também acho estranho que uma mãe não queira amamentar ou que desista à primeira contrariedade. Mas isso não me diz respeito e, com certeza, também tomo decisões relativas ao meu filho que os outros não acham certas. Agora que o P. está crescido, ouço as bocas "ao contrário", que nunca mais o desmamo, que cria uma dependência doentia, que já tem dentes, etc, etc. Amamentar é uma experiência óptima, mas poderia ser um bocadinho melhor se o mundo não emitisse tantas opiniões!

Só mais umas linhas para dizer o seguinte: NÃO HÁ leite mau. Pode ser pouco e não ser suficiente, mas nunca é mau e, se a mãe quiser, deve dar até conseguir. A água (os líquidos, em geral) faz(em) leite, e pôr o bebé a mamar também (quanto mais ele mama, mais leite se tem). Finalmente, o bebé engordar pouco pode não ter nada a ver com o leite materno - o meu sempre engordou pouquinho e mesmo agora que come de tudo continua assim!!
:)

papu disse...

Bem vinda à conversa, Mar :)

Eu também acho que o leite da mãe nunca é mau, ou fraco, ou seja o que for de menos bom. O leite da mãe é sempre o melhor alimento para o bebé, acho que isto é indiscutível. Pode ser pouco, talvez, e daí tenha de se recorrer ao suplemento. Mas mesmo assim, acho que neste momento vivemos uma obsessão generalizada com o aumento de peso. Esta coisa dos percentis é muitas vezes mal interpretada, quanto a mim, e às vezes até pelos próprios médicos, parece-me. Os percentis são parâmetros de normalidade. Parâmetros descritivos e relativos. Eles permitem-nos situar o desenvolvimento do nosso filho em relação ao que é considerado normal. E o que é considerado normal, neste caso, é o mais frequentemente observável.

Se o menino está no percentil 5, apenas significa que está um pouco abaixo da média. Não significa que tenha peso a menos, ou que deveria ter mais peso, ou que tenha um peso desadequado para a idade. E mesmo as crianças que estejam abaixo do 5, ligeiramente, essa diferença pode ser quase insignificante. Por ex, aqui no Reino Unido o percentil inferior é o 2, e o superior é o 98, em vez do 5 e do 95. O que é que isto traz de diferente? é que o intervalo de normalidade é maior. Por ex, uma criança aqui que esteja abaixo do 5 (no 3 ou 2, por ex) ainda está incluída no que podemos comsiderar de "normal". Enquanto que a mesma criança aí já não é considerada como tendo um peso "normal para a idade".

Isto para dizer como estes padrões de medida que utilizamos podem ser relativos e variáveis.

Bom. Não me querendo alargar, faz-me confusão, sim, esta obsessão com o aumento de peso. Acho que muitas vezes se dá o suplemento sem necessidade absolutamente nenhuma.

Quanto ao leite da mãe estar infestado de agentes poluentes, Sónia, também o está o ar das nossas cidades, e por isso não vamos todos viver para o campo. O aumento do contacto com substâncias tóxicas é um facto da nossa civilização, que nos afecta, como é evidente e todos sabemos, a todos os níveis. Mas é assim que vivemos, e, felizmente, o organismo humano tem a capacidade extraordinária de encontrar e fabricar factores protectores. E, quanto a mim, amamentar também é, em si, um factor protector. Amamentar não é só um acto de alimentação. É, antes de tudo, uma troca afectiva e emocional, um contacto físico único, uma comunhão empática entre mãe e bebé. O bebé não mama só leite, mama afectividade, mama ternura, mama amor. É claro que quando mama no biberão também pode estar a mamar todas estas coisas, mas é diferente. E a diferença está essencialmente no contacto físico que a amamentação proporciona. Pode parecer apenas um pormenor, mas é tudo, diria eu.

É claro que isto não quer dizer que se a mãe não pode amamentar está tudo estragado, porque o bebé vai ficar privado deste contacto físico, indispensável para blá blá blá. Todo o contacto físico é indispensável. Todo o contacto afectivo, toda a troca emocional. O que o bebé precisa para sobreviver é de uma relação quente e emocionalmente viva com a mãe, e posteriormente as outras figuras de identificação e referência. A amamentação é um dos canais por onde esta relação se estabelece, fortalece e vive. Mas não é o único, há muitos mais. Isso não lhe retira a importância que tem na vida afectiva de mãe e filho, mas também não torna a sua falta fatal nem devastadora.

Unknown disse...

O.K. Isso do leite mau ou estragado tb me metia espécie, concerteza a minha Mãe queria dizer que era pouco e daí ser mau... Obrigada pelos esclarecimentos.

Acho muitíssimo interessante esta conversa e estou curiosa em relação às seguintes. :)))

beijoca