quarta-feira, setembro 20

Para iniciar

queria partilhar convosco estas duas partes de textos de dois autores, que acho fundamentais. São para ler e reflectir. São verdades simples, ditas por palavras simples, que muitas vezes já pensámos, sentimos ou intuímos, mas que talvez nunca tenhamos formulado em palavras inteligíveis.


"A vida mental do bebé é despertada e animada pelo desejo entusiástico, a paixão dos pais. Se não existir este investimento parental, a mente do bebé não se desenvolve - fica reduzida a uma protomente. O próprio investimento de vida esmorece; é uma sobrevivência apática e abúlica.
Não tendo recebido amor, o indivíduo não vive a experiência fundamental de ser amado. Experiência fundamental e fundadora; sem ela, não há o movimento de expansão a que chamamos mente - a criação contínua. Deveras, ter mente é criar."

António Coimbra de Matos, Depressividade e Depressão Falhada, publicado em Mais Amor Menos Doença, Climepsi Editores, 2003



"O ser humano não pode viver sem confiança. Confiança que ganha pela afectividade recebida. Recém nascidos e bebés que não recebem afecto podem tornar-se apáticos, doentes ou até morrer. Mesmo que a vivência de sentir-se amado - seja de que forma for - se tenha verificado só uma vez, faz parte da natureza da nossa imaginação conseguirmos preencher o vazio que se segue (...)"

Arno Gruen, A Loucura da Normalidade, Assírio & Alvim, 1995